Brasil no Século 20
O século 20 começou com o Brasil em recuperação econômica, adotando um modelo agrário, fortemente sustentado com exportação de café, borracha, algodão e cacau. Os Estados Unidos substituíram a Grã-Bretanha como a maior potência econômica do Planeta.
1902 - Rodrigues Alves tomou posse como Presidente da República.
Manuel Pedro dos Santos, o Bahiano, realizou a primeira gravação musical, no Brasil, com Isto é Bom, de Xisto Bahia.
1903 - Incorporação do Acre. A antiga província da Bolívia, era habitada por por muitos brasileiros que exploravam a borracha. O Barão do Rio Branco negociou a incorporação do território ao Brasil mediante o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas pelo Acre e a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que daria à Bolívia uma saída para o Oceano Atlântico.
1904 – O sanitarista Oswaldo Cruz iniciou campanha para erradicação de epidemias de varíola e febre-amarela.
1906 - Em Paris, o mineiro Santos Dumont inaugurou a era da aviação com seu 14 Bis.
Afonso Pena foi eleito Presidente da República.
1907 - O Brasil participou pela primeira vez de uma conferência mundial: a segunda Conferência de Paz, em Haia. Foi enviado o jurista baiano Ruy Barbosa.
Começaram as construções das Linhas Telegráficas Estratégicas Mato Grosso/Amazonas, que levou aquele novo meio de comunicação ao Mato Grosso e Acre. Esse empreendimento foi chefiado por Cândido Rondon.
Começou a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, concluída em 1912.
1908 - O cientista baiano Pirajá da Silva descobriu o agente patogênico da esquistossomose.
1909 - Nilo Peçanha, vice-presidente, assumiu a Presidência após a morte de Afonso Pena.
1910 - O gaúcho Hermes da Fonseca, ex-ministro da guerra, disputou as eleições presidenciais com o baiano Ruy Barbosa e saiu vitorioso. A Campanha Civilista de Ruy, de caráter liberal, foi um ponto de inflexão no palco político brasileiro, com imensa participação popular. Ruy, candidato da oposição, perdeu com 35% dos votos, numa eleição marcada por fraudes.
1912 - O Marechal Hermes da Fonseca autorizou o Bombardeiro de Salvador, em defesa de seu ministro J. J. Seabra, candidato ao governo da Bahia. Tiros de canhões destruíram vários prédios históricos da primeira capital do Brasil. A Biblioteca Pública foi incendiada, imensa documentação histórica e milhares de livros transformam-se em cinzas. O saldo de mortos e feridos é incerto.
Em outubro, iniciou-se a Guerra do Contestado, envolvendo disputas de território entre os estados do Paraná e Santa Catarina.
1914 - Em julho estourou a Primeira Guerra Mundial. Em 14 de setembro deu-se a Batalha da Trindade, na costa da Ilha brasileira, quando a Grã-Bretanha afundou um navio alemão.
Em 15 de novembro, Wenceslau Brás assumiu como Presidente do Brasil.
1916 - Promulgado o primeiro Código Civil Brasileiro. O Brasil ocupou a Ilha da Trindade, como apoio militar.
1917 - O Brasil entrou na Primeira Guerra Mundial, após o afundamento de navios brasileiros.
1918 - Rodrigues Alves foi eleito Presidente da República, mas foi vítima da gripe espanhola. Delfim Moreira, tomou posse em seu lugar e permaneceu até a convocação de novas eleições, quando o paraibano Epitácio Pessoa foi eleito.
1922 - Em julho, o ex-presidente Hermes da Fonseca foi preso, acusado de conspiração na Revolta do Forte de Copacabana. Foi solto após seis meses por um habeas corpus.
1926 - Em 3 de setembro foi aprovada uma emenda constitucional à Constituição de 1891. Visava ampliar o poder de intervenção federal nos estados e outras questões.
1930 - Getúlio Vargas liderou uma revolução que depôs o presidente Washington Luís. Ditadura Vargas ►
Continuação do século 20:
● 1939, Segunda Guerra Mundial ►
● 1945, Primeira Redemocratização ►
● 1964, Ditadura Militar ►
● 1985, Segunda Redemocratização ►
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O Bombardeio de Salvador, em 1912, mandado pelo truculento presidente Hermes da Fonseca, atingiu vários prédios históricos da primeira capital do Brasil. A Biblioteca Pública, a primeira do País, foi incendiada, reduzindo a pó imensurável patrimônio cultural. Na foto, o Palácio dos Governadores destruído no Bombardeio, sede política e administrativa do País no século 18 e a primeira sede da Coroa Portuguesa no Brasil, quando o Príncipe Regente Dom João veio de Lisboa, em 1808.
O Bombardeio de Salvador é um símbolo da agitação política que marcou os governos do início do século 20.
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Imagem histórica. Em 1906, o mineiro Santos Dumont (1873-1932) pilota seu 14 Bis, em Paris, realizando o primeiro voo tripulado (completo e convincente) da história. Muito se discute sobre quem inventou o avião, mas não foi um invento de alguém especificamente. O avião foi uma evolução. O genial Dumont aperfeiçoou conhecimentos de inventores anteriores que buscavam o mesmo feito, mas a realização do brasileiro foi, sem dúvida, o marco mais importante na história da aviação.
Cândido Rondon (1865-1958) na expedição ao Monte Roraima, extremo norte do Brasil, na fronteira tríplice, com as bandeiras do Brasil, Venezuela e Guyana Inglesa (atual Guyana), em 29 de outubro de 1927. Junto com Rondon estão os índios macuxis. Rondon foi o mais importante sertanista do Brasil. Promoveu a integração física, telegráfica e étnica do País. Criou o Serviço de Proteção aos Índios, que deu origem à FUNAI. Em sua homenagem, foi criado o Projeto Rondon, em 1967.
Lampião, o cangaceiro pernambucano era luz para muitos e trevas para muitos mais. Historicamente, o mais famoso bandido brasileiro.
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu em Serra Talhada, Pernambuco, em 1898, tornou-se um excelente vaqueiro e tropeiro. Em 1915, após acusar um empregado de um vizinho de roubar bodes da propriedade de seus pais, sua família passou a ser perseguida e mudaram-se para Águas Brancas, em Alagoas, onde seu pai foi brutalmente assassinado, em 1917. Sem confiar na justiça pública, Virgulino e seus irmãos vingaram a morte do pai e tornaram-se bandidos.
Lampião foi o Rei do Cangaço no Sertão Nordestista. Venerava o Padre Cícero e tinha ligações com coronéis de oligarquias regionais. Seu bando chegou a ter cerca de 100 membros. Atacava fazendas e lojas do interior do Nordeste e distribuía parte do roubo com os pobres.
Em 1926, ele foi convocado pelo governo para combater a Coluna Prestes, em Juazeiro do Norte, recebendo a patente de capitão, além de fuzis e munição para seu bando. Após deixar a cidade, entretanto, Lampião foi cuidar de seus próprios "negócios".
Ele, sua mulher Maria Bonita e outros membros de seu bando foram capturados pela polícia baiana e decapitados em 1938, em Angico, Sergipe.
Lampião em 1926
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